ECONOMIA

 


Inflação menor nos EUA acalma mercados

A taxa dos títulos públicos dos EUA de dez anos voltou abaixo dos 4,50% depois da divulgação de melhores notícias para a inflação americana em 2024. Após a divulgação de indicadores abaixo do esperado nos Estados Unidos sobre comportamento de preços ao consumidor (CPI), o mercado financeiro deu uma virada para um movimento mais otimista. Mesmo com o índice de preços ao produtor (PPI) vindo mais forte, analistas de mercado voltou a considerar dois possíveis cortes de juros no EUA a partir de setembro, o que colocaria a taxa básica de juros por la em 5% ao final desse ano. O mercado de trabalho americano também tem dado sinais de fraqueza. Com essas noticias as bolsas americanas se recuperaram em forte alta, se aproximando novamente de máximas históricas.

No Brasil, a ata do Copom esclareceu a votação dividida da ultima reunião do Banco Central. Após seminário em Nova York, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, fez várias declarações reforçando que o voto dividido do colegiado na última reunião foi técnico, com quatro diretores votando pelo corte da taxa em 0,5% ponto e cinco pelo corte de 0,25%, todos, entretanto, preocupados com a desancoragem das expectativas de inflação para 2024 e 2025 num cenário externo um pouco mais complicado. A expectativa agora é que a SELIC termine esse ano mais perto de 10%, com mais um ou dois cortes de 0,25%. A previsão de inflação para este ano é de 3,8% e, para o ano que vem, de 3,7%, ambas acima da meta. A pesquisa PNAD contínua mostrou uma alta do desemprego no Brasil para 7,9%, vindo de 7,4% na última medição. Isso mostra que o mercado de trabalho brasileiro não está tão aquecido, o que é relevante para o Banco Central já que reduz a preocupação com a alta de preços e salários. Por outro lado, o rendimento real médio dos trabalhadores continua subindo e atingiu a máxima histórica de R$ 3.123 por mês, o que é uma boa notícia; embora seja ainda muito baixo se comparado a países ricos.

A China divulgou recentemente dados mostrando um varejo mais fraco em abril, mas com produção industrial mais forte do que o esperado. O governo chinês anunciou uma série de medidas para o setor imobiliário, incluindo garantias governamentais para empresas em dificuldades e redução de juros para compra de imóveis, o que por ajudar na recuperação do preço do minério de ferro. Essas medidas mostram a dificuldade do governo chinês em mudar o modelo econômico do país, que ainda depende fortemente da indústria e do investimento em infraestrutura, ao invés de expansão do consumo interno e varejo. Os estímulos são boas notícias para o Brasil e para a economia mundial que ainda tem forte dependência da demanda chinesa.

Resumo:

  • A taxa dos títulos de dez anos caiu para abaixo de 4,50% após melhores notícias sobre a inflação americana em 2024.
  • Analistas consideram dois possíveis cortes de juros nos EUA a partir de setembro, podendo reduzir a taxa básica para 5% ao final do ano.
  • As bolsas americanas se recuperaram fortemente, se aproximando novamente de máximas históricas.
  • No Brasil a ata esclareceu a votação dividida na última reunião do Banco Central. Todos os diretores estão preocupados com a desancoragem das expectativas de inflação para 2024 e 2025.
  • A SELIC deve terminar o ano perto de 10%, com mais um ou dois cortes de 0,25%.

Fonte: Blog Paulo Gala

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